sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Bendita madrugada.
Ao fim da satisfatória madrugada de criação que hoje tive,permito-me a apenas um comentário: Benditas sejam as madrugadas, e malditos sejam os compromissos do dia que está por vir.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Praça Quintino Bocaiúva, tombada!
Acabei de ver na TV! Fiquei chocado! Mas tenho certeza do que vi. Vi com esses olhos que um dia outros olhos humanos hão de comer. Mas antes de explicar o absurdo que vi na TV, me desculpe desconhecido leitor, mas tenho que desabafar: Já estou a muito enfastiado de televisão. Ultimamente a minha tem servido de porta-antenas. É tanta imagem sem sentido, tanta movimentação sem motivo, que me seduz mais desligada....
Passado o desabafo, vamos ao que interessa, ou ao absurdo que não me apetece nenhum pouco, mas venho dizer-lhes por uma questão de informação. Pois aprecio a informação, assim como aprecio as paixões. Portanto, estava eu vendo TV, quando surgiu o noticiário: “Vão tombar a Praça Quintino Bocaiúva como patrimônio histórico!”(me permitam o acréscimo de algumas exclamações “!!!!!!!!!!!”. Pois assim soou em minha cabeça aquela exclamação solitária)
Fiquei perplexo!(“Vão tombar a Praça Quintino Bocaiúva como patrimônio histórico!”) Tanta a coisa a se fazer! Tanta a coisa se tombar! Que fato histórico houve naquela praça? Que ato de coragem foi ali executado? Que glórias aquele lugar era detentor?
Meu estado de estagnação era tão grande que mal pude entender o resto da notícia. Mas o fiz com sacrifícios, o fiz por uma questão de formar com mais coesão meus argumentos. Segundo o decorrer da notícia, a razão era que “foi local de boas palavras, sublimes olhares, silêncios explicativos e sábias decisões”. Continuaram dizendo inclusive, o que não creio, “que certa mesa, travestida de tabuleiro de jogo de damas, foi o palco central de tais acontecimentos, na citada praça”, e completaram com a anedota da qual fiz gosto, “a mesa de damas já estava confusa em sua função. Deixou de jogar em sua superfície peças, para mover destinos”. Coisa deveras mais complicada, hão de concordar.
Por fim, fiquei maravilhado com a notícia. Desculpem-me a contradição em que agora me ponho, mas ela é necessária. Ela foi planejada, para que o incrédulo que lê este texto, passasse pelas mesmas emoções e sensações que passei ao longo da notícia. Só queria partilhar estado de espírito, nada mais. Vamos então a minha conclusão: Acho divina essa idéia, divina! Quantas praças no mundo não mereceriam esta singela homenagem? Quantas humildes e singelas praças já não presenciaram estes mesmos fatos e lendas?
Eis as questões senhores que só são respondidas da seguinte forma: “tudo isso só houve devido a um poeta, devido a sua inabilidade de escrever o que acontece todos os dias em todas as praças.” Falta de assuntos pertinentes é do que sofre o pobre do poeta...
Prefiro coisas mais consideráveis, mas vos digo, já tive meus momentos em praças. Afinal, quem não os teve? Existe um só que não os teve? Réprobos dos mais abomináveis são os que me afirmarem que nunca tiveram os tais momentos!
Lembro-me e lembrarei sempre daquela praça, de suas belas mesas e refletores, refletores estrategicamente dispostos, diga-se de passagem. Mundo pequeno este caro leitor, mundo pequeno é como fecho minhas sucessões de palavras aleatórias. Mundo pequeno, pois esta praça que me recordo, chama-se, pois, “Praça Quintino Bocaiúva”. Agora tombada, agora erguida para...
(deixarei a reticência como final, me faltam palavras. Fiquem a vontade para completar a seus gostos. Assim permito, assim prefiro)
Passado o desabafo, vamos ao que interessa, ou ao absurdo que não me apetece nenhum pouco, mas venho dizer-lhes por uma questão de informação. Pois aprecio a informação, assim como aprecio as paixões. Portanto, estava eu vendo TV, quando surgiu o noticiário: “Vão tombar a Praça Quintino Bocaiúva como patrimônio histórico!”(me permitam o acréscimo de algumas exclamações “!!!!!!!!!!!”. Pois assim soou em minha cabeça aquela exclamação solitária)
Fiquei perplexo!(“Vão tombar a Praça Quintino Bocaiúva como patrimônio histórico!”) Tanta a coisa a se fazer! Tanta a coisa se tombar! Que fato histórico houve naquela praça? Que ato de coragem foi ali executado? Que glórias aquele lugar era detentor?
Meu estado de estagnação era tão grande que mal pude entender o resto da notícia. Mas o fiz com sacrifícios, o fiz por uma questão de formar com mais coesão meus argumentos. Segundo o decorrer da notícia, a razão era que “foi local de boas palavras, sublimes olhares, silêncios explicativos e sábias decisões”. Continuaram dizendo inclusive, o que não creio, “que certa mesa, travestida de tabuleiro de jogo de damas, foi o palco central de tais acontecimentos, na citada praça”, e completaram com a anedota da qual fiz gosto, “a mesa de damas já estava confusa em sua função. Deixou de jogar em sua superfície peças, para mover destinos”. Coisa deveras mais complicada, hão de concordar.
Por fim, fiquei maravilhado com a notícia. Desculpem-me a contradição em que agora me ponho, mas ela é necessária. Ela foi planejada, para que o incrédulo que lê este texto, passasse pelas mesmas emoções e sensações que passei ao longo da notícia. Só queria partilhar estado de espírito, nada mais. Vamos então a minha conclusão: Acho divina essa idéia, divina! Quantas praças no mundo não mereceriam esta singela homenagem? Quantas humildes e singelas praças já não presenciaram estes mesmos fatos e lendas?
Eis as questões senhores que só são respondidas da seguinte forma: “tudo isso só houve devido a um poeta, devido a sua inabilidade de escrever o que acontece todos os dias em todas as praças.” Falta de assuntos pertinentes é do que sofre o pobre do poeta...
Prefiro coisas mais consideráveis, mas vos digo, já tive meus momentos em praças. Afinal, quem não os teve? Existe um só que não os teve? Réprobos dos mais abomináveis são os que me afirmarem que nunca tiveram os tais momentos!
Lembro-me e lembrarei sempre daquela praça, de suas belas mesas e refletores, refletores estrategicamente dispostos, diga-se de passagem. Mundo pequeno este caro leitor, mundo pequeno é como fecho minhas sucessões de palavras aleatórias. Mundo pequeno, pois esta praça que me recordo, chama-se, pois, “Praça Quintino Bocaiúva”. Agora tombada, agora erguida para...
(deixarei a reticência como final, me faltam palavras. Fiquem a vontade para completar a seus gostos. Assim permito, assim prefiro)
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Amor no sinal.
Hoje houve algo inesperado. Creio que seja bom partilhar, creio...
Estava eu esperando o sinal para veículos automotivos fechar, ficar na cor vermelha, para chegar ao outro lado da rua. Coisa que todos nós fazemos, todos os dias. Eis que parecia uma eternidade aquela luz verde. Já havia olhado para quase todos os cantos que podia, não tinha mais para o que olhar, mais o que ver. Só me restava dar uma espiada em meu lado esquerdo. E o faço, o faço com espanto. Pois noto ali, parado, parecendo se esconder de todos, uma figura frágil e amedrontada: O Amor.
Sim, custei a acreditar, mas era ele. Ele que louvamos todos os dias, ele que mantemos por nossos queridos, ele que ás vezes nos forçamos a manter afastado! Só posso dizer que era lindo, lindo, sublime. Que olhos, que postura. Cabelos bem penteados, como se modelados pelos ventos. Pelos ventos que não passavam naquele sinal de certo.
Foi breve o momento de contemplação, o sinal ficou vermelho, e todos iniciaram sua travessia. Eu no meio da multidão tentava seguir O Amor, tentava acompanhar cada passo que ele dava e sua direção. Tudo inútil. O perdi de vista, fui sendo levado pelas pessoas e não conseguia mais ver aquela pobre criatura.
Estando do outro lado da rua, finalmente consegui achá-lo. Estava o amor ainda no meio da travessia, demonstrando sinais claros de cansaço e implorando silenciosamente por socorro. Eu nem me pûs a pensar duas vezes, voltei. Ou melhor, tentei voltar. Já era tarde. O sinal abriu e um ônibus sem piedade acertou em cheio O Amor. Ninguém viu. Foi o grito de desespero mais inaudível que esse mundo já presenciou. Eu parei perplexo, não havia mais o que fazer. Sentei ao meio-fio e coloquei a cabeça zonza entre as mãos, me inseria em um estado necessário de transe.
Até que uma voz me resgatou: "Está tudo bem meu filho?". De imediato levantei-me e fitei com escancarada perplexidade os olhos da pessoa que me falava. Era uma senhora em torno de seus bons 70 anos, desfilando um par de olhos ousados de 20 anos, no máximo.
-Sim senhora, estou bem.
-Que bom meu jovem, parece que viu alguém morrer! Fiquei preocupada.
Estaquei perante essa afirmação, "parece que viu alguém morrer!". Afinal, eu havia visto! Resolvi então dizer:
-Sim, eu vi. Não conseguiu atravessar a rua a tempo e morreu agora... Bem ali! apontei com convicção para onde deveria estar o pobre do amor, mas lá nada tinha.
A senhora riu me, com sutileza, mas riu. E eu, sem dar me conta do que falava, prossegui:
-Bem ali, bem ali é onde morreu o amor. Não resistiu...
A senhora de imediato enterrou seus (belos) olhos em mim e me disse com um sorriso leve, daqueles que se levam uma vida para aprender.
-Não se apavore rapaz, também já o vi morrer diversas vezes. Mas ainda assim o encontro em algumas esquinas, em alguns sinais... Você certamente tornará a vê-lo. Deixe o tempo, deixe o tempo...
O sinal novamente ficou vermelho para os veículos e a senhora pôs se a atravessar, sem cerimônia ou despedida. Repentina como me encontrou, foi-se.
Fiquei inerte observando a travessia dela. Era lenta. Lenta como O Amor...
Que Deus o tenha. E nós também.
Estava eu esperando o sinal para veículos automotivos fechar, ficar na cor vermelha, para chegar ao outro lado da rua. Coisa que todos nós fazemos, todos os dias. Eis que parecia uma eternidade aquela luz verde. Já havia olhado para quase todos os cantos que podia, não tinha mais para o que olhar, mais o que ver. Só me restava dar uma espiada em meu lado esquerdo. E o faço, o faço com espanto. Pois noto ali, parado, parecendo se esconder de todos, uma figura frágil e amedrontada: O Amor.
Sim, custei a acreditar, mas era ele. Ele que louvamos todos os dias, ele que mantemos por nossos queridos, ele que ás vezes nos forçamos a manter afastado! Só posso dizer que era lindo, lindo, sublime. Que olhos, que postura. Cabelos bem penteados, como se modelados pelos ventos. Pelos ventos que não passavam naquele sinal de certo.
Foi breve o momento de contemplação, o sinal ficou vermelho, e todos iniciaram sua travessia. Eu no meio da multidão tentava seguir O Amor, tentava acompanhar cada passo que ele dava e sua direção. Tudo inútil. O perdi de vista, fui sendo levado pelas pessoas e não conseguia mais ver aquela pobre criatura.
Estando do outro lado da rua, finalmente consegui achá-lo. Estava o amor ainda no meio da travessia, demonstrando sinais claros de cansaço e implorando silenciosamente por socorro. Eu nem me pûs a pensar duas vezes, voltei. Ou melhor, tentei voltar. Já era tarde. O sinal abriu e um ônibus sem piedade acertou em cheio O Amor. Ninguém viu. Foi o grito de desespero mais inaudível que esse mundo já presenciou. Eu parei perplexo, não havia mais o que fazer. Sentei ao meio-fio e coloquei a cabeça zonza entre as mãos, me inseria em um estado necessário de transe.
Até que uma voz me resgatou: "Está tudo bem meu filho?". De imediato levantei-me e fitei com escancarada perplexidade os olhos da pessoa que me falava. Era uma senhora em torno de seus bons 70 anos, desfilando um par de olhos ousados de 20 anos, no máximo.
-Sim senhora, estou bem.
-Que bom meu jovem, parece que viu alguém morrer! Fiquei preocupada.
Estaquei perante essa afirmação, "parece que viu alguém morrer!". Afinal, eu havia visto! Resolvi então dizer:
-Sim, eu vi. Não conseguiu atravessar a rua a tempo e morreu agora... Bem ali! apontei com convicção para onde deveria estar o pobre do amor, mas lá nada tinha.
A senhora riu me, com sutileza, mas riu. E eu, sem dar me conta do que falava, prossegui:
-Bem ali, bem ali é onde morreu o amor. Não resistiu...
A senhora de imediato enterrou seus (belos) olhos em mim e me disse com um sorriso leve, daqueles que se levam uma vida para aprender.
-Não se apavore rapaz, também já o vi morrer diversas vezes. Mas ainda assim o encontro em algumas esquinas, em alguns sinais... Você certamente tornará a vê-lo. Deixe o tempo, deixe o tempo...
O sinal novamente ficou vermelho para os veículos e a senhora pôs se a atravessar, sem cerimônia ou despedida. Repentina como me encontrou, foi-se.
Fiquei inerte observando a travessia dela. Era lenta. Lenta como O Amor...
Que Deus o tenha. E nós também.
Prólogo.
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