domingo, 4 de dezembro de 2011

Sentimento perdido, perdido

O sentimento começa a achar o peito um lugar estranho
Se pergunta confuso "o que faço aqui?"
O peito não tem culpa, nem o dono do peito
Sentimento perdido esse
Perdido em localização
Perdido em existência
Sua indagação próxima é "ainda existo?"
O que posso dizer?
Sou totalmente peito, totalmente sentimento, totalmente imune
Totalmente essa confusão e desespero que se espalham por dentro
Tento amenizar, consolar, soprar contra esse furacão
É inútil, sou o centro de toda essa desordem
Deixei o sentimento livre, passeando pelo corpo
Cada canto meu explorado, cada pequeno lugar revirado
Não sobrou mais nada e cá está ele novamente, no peito, no ponto de partida
Perguntando com esse eco interminável
"O que faço aqui?"

sábado, 12 de novembro de 2011

Aquela

Aquela
Vide Aquela
Aquela que passa diante de meus olhos
Aquela que agora habita em minha pele
Aquela é um delírio que tenho nos momentos de maior lucidez
Aquela é uma Deusa, uma divindade amoral
Aquela é meu sonho, o acordado e o de todas as noites
Aquela ocupa os pensamentos, é o pensamento
Aquela não me dá paz, me traz
Aquela me traz amor também, me traz o também
Também tanta coisa, coisas que também não quero falar
Aquela com um passo me faz correr
Aquela com uma palavra me faz música
Aquela é matéria pra tanta coisa que não faço nada
No meio do nada sou obrigado a escrever para Aquela, mesmo que Aquela não me leia
Aquela talvez tenha mais coisas para fazer
Aquela tem seus sonhos para viver
Eu quero os sonhos dela, não para mim, quero para o mundo
Pois Aquela é o mundo
Aquela é quase eu
Aquela é tudo aquilo, eu sou todo Aquela
Aquela

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Amor, findo, vindo.

O Amor não precisa ser eterno para ser terno
Sua brevidade por vezes vale mais que a eternidade
Eternidade é nada menos que monotonia, repetição
Precisa um mesmo amor repetir-se todos os dias até depois do fim para ser verdadeiro?
Não
Amor não tem nada a ver com infinito
Amor acaba
Amor termina
Amor morre
Que mal há nisso?
Felicidade tem fim
Vida tem fim
Beijos tem fim
Por que não pode o Amor ser finito?
Duvido de qualquer coisa que dizem ser eterna
Ao passo que tenho fé inabalável no Amor
Se esperam ou acham que encontraram o "amor eterno", estão enganados
Trata-se de outra coisa, não sei qual, que pode ser eterna, porquanto da qual duvido
O Amor tem fim
E aí se encontra sua magia
Pois ele começa novamente... e novamente...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

-

- Você vem sempre aqui?
- Sim...
- Então nunca mais volto aqui. Te odeio por te amar a 1º vista.
- Tudo bem, melhor assim. Também te odeio por você me amar a 1º vista.

Amor: vide bula.

Amor: vide bula
Nenhuma novidade
Nada que eu não tenha sentido nos olhos e visto na pele
Ainda assim nada dele sei
Quanto mais sei, menos sei
Justo por ser simples que me complico
Sequelas que a sombra dos seus olhos me deixaram
Não há porta que permaneça trancada
Seja o lugar qual for, tem um resto de você
Resto que só o amor pode apagar
Quem disse que o tempo cura tudo, mal sabe do que fala
Eu, mal sei do que falo
Mal sei do que amo
Mas sei bem que amo...
Amor, seja como for, só se resolve com amor
Então, que o amor passe
Que o amor venha
O tempo espera calmo em seu lugar
Eu fico aflito no meu
Vide bula:
O amor pra ser verdadeiro não precisa ser eterno. Só precisa ser amor.